Assim como o Super Homem tem a criptonita, as fazendas pecuárias precisam se prevenir de seus inimigos: os parasitas!
O que são parasitas?
A palavra “parasita” vem do latim parasitus, que tem sua origem ainda mais antiga do grego, com significado de “comedor”.
Basicamente, parasita é um organismos que se aloca em um outro animal, conhecido nessa relação como hospedeiro.
O parasita, ao se alojar, passa a se nutrir do animal hospedeiro, podendo – na maioria das vezes – causar danos sérios, mas sem necessariamente levá-lo a óbito. Enquanto o parasita conquista um ambiente confortável, com segurança e alimento, o animal hospedeiro se debilita progressivamente.
Ao se considerar a criação de bovinos, os parasitas acabam por ser um fator de extrema importância para a garantia da produtividade das fazendas, bem como um ponto de controle para a redução de prejuízos – perceptíveis e mensuráveis, ou não.
Como prevenir?
A palavra que deve vigorar na mente de todo gestor pecuário, quando o assunto é parasita, é: PREVENÇÃO. Afinal, aqui também vale a velha máxima que o melhor remédio é a prevenção.
O controle estratégico parasitário é de suma importância na gestão pecuária.
Para alcançar sucesso nas suas ações de prevenção parasitária, a dica é saber exatamente quando agir.
Isso porque existem determinadas fases que deixam os parasitas mais fracos. E é justamente neste período que é mais interessante agir.
Endoparasitas X Ectoparasitas
Os parasitas, comumente, podem ser classificados como endoparasitas e ectoparasitas.
A diferença entre eles é que enquanto o ectoparasita se aloja na superfície do animal hospedeiro, os endoparasitas estão escondidos no organismo do animal.
Os ectoparasitas são os mais facilmente diagnosticados, justamente porque estão na pele dos animais. E por isso a observação é suficiente para identificá-los.
No caso dos endoparasitas, a história fica um pouco mais complicada. Via de regra, o diagnóstico dos endoparasitas demora bem mais para acontecer. Isso se dá pelo fato de que, com a ausência de exames específicos na rotina do trato bovino, o gestor somente se dá conta que um animal está sofrendo o ataque de endoparasitas depois que os danos em seu corpo já foram instaurados
ECTOPARASITAS: Parasitas que se alojam na superfície do animal hospedeiro. Os carrapatos são os mais famosos dentre os ectoparasitas que acometem rebanhos. ENDOPARASITAS: Parasitas que se alojam no interior do corpo do animal hospedeiro. Dentre os endoparasitas mais comuns em fazendas pecuárias, podemos citar os vermes como sendo o mais conhecido. |
Ficou perdido com tanto nome estranho? Calma! Dentre os ectoparasitas, certamente você reconhecerá o carrapato. Assim como, dentre os endoparasitas, os mais conhecidos são os vermes. E todos dois acometem rebanhos causando danos financeiros que ultrapassam nosso imaginário.
Quais são os danos financeiros causados por esses parasitas?
Muito embora os danos causados por endoparasitas sejam mais complexos de se medir, sobretudo pela demora no diagnóstico, os prejuízos ligados exclusivamente ao carrapato já são consideráveis!
Estima-se que somente no ano de 2002, a pecuária brasileira tenha tido um prejuízo de mais de 2 Bilhões de reais, exclusivamente pelos danos do carrapato.
Carrapatos
O primeiro e mais importante passo do controle é compreender que, só de carrapatos, existem mais de 50 diferentes espécies.
A maioria deles afeta diretamente animais silvestres. Entretanto existem os que atacam animais domésticos, como cães, gatos e bovinos.
O protocolo de controle dos carrapatos envolve diretamente o controle do ambiente, o período correto e propício ao controle, bem como a aplicação de carrapaticidas. Na aplicação de carrapaticidas, na criação de gado de leite, o cuidado deve ser desdobrado!
Muitas opções do mercado, muito embora sejam eficazes no combate ao parasita, prevêem um período de carência de em média 30 dias de descarte de leite. Imagine só uma fazenda de leite descartando toda sua produção, durante 30 dias! Alarmante, certo?
Por isso é importante que o protocolo de prevenção seja desenhado de acordo com a situação específica da fazenda.
Nossa recomendação é que para maior assertividade preventiva, sejam feitos levantamentos dos parasitas em atividade no rebanho, bem como dispersos no ambiente e que só então os tratamentos sejam configurados.
Saiba mais: veja tudo sobre carrapato do boi e como tratar e prevenir!
Vermes
Os mais famosos dentre os endoparasitas são os vermes.
Dentre os vermes, a maioria dos casos envolvem os chamados, helmintos gastrointestinais. Eles se alojam no trato intestinal e no estômago dos animais.
A permanência dos parasitas pode, a médio prazo, causar quadros de diarreia, anemia, pêlos arrepiados e sem brilho, bem como perda de peso – citando os mais comuns dentre os sintomas.
Muito embora os mais comuns sejam os parasitas do trato gastrointestinal, existem ainda aqueles que se alojam nas vias respiratórias-pulmonares dos hospedeiros.
Neste caso, os sinais clínicos mais facilmente perceptíveis são: tosse, respiração ofegante e secreção nasal, além de promoverem uma perda de peso considerável.
Mas muita calma nessa hora: não é só porque os animais apresentam algum destes sintomas que necessariamente eles estão infectados por parasitas. Existem outros vários agentes, como bactérias e vírus, que mesmo não sendo parasitas propriamente dito, são fatores de importante controle também.
Diante disto, o que pode-se concluir é que o controle parasitário estratégico é de suma importância para a manutenção da produtividade na fazenda. Mas que antes de sair distribuindo carrapaticidas e vermífugos pelo rebanho, é imprescindível diagnosticar com clareza quais são os agentes causadores dos sintomas observados.
Para um bom controle estratégico no qual o intervalo entre os banhos seja fielmente respeitado, garantindo a eficácia do tratamento, hoje há no mercado softwares que criam calendários sanitários e planos de tratamento.
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