O objetivo deste texto é te ajudar a refletir sobre as implicações que a transformação digital irá trazer para as fazendas de pecuária e como podemos nos preparar adotando novos conceitos de gestão.
É inquestionável que o mundo está passando por uma transformação digital, concorda? Isso está mudando o modo como consumimos produtos e serviços e como nos relacionamos com as pessoas.
A pecuária ainda está engatinhando neste processo, mas não se engane, pois ele está sim acontecendo e em nível exponencial. Outros setores bastante tradicionais já estão percebendo mais claramente isso, como é o caso da mineração e siderurgia.
E, assim como ocorreu com a primeira revolução industrial, com os computadores e a internet, não se trata de uma opção de escolha, trata-se de uma necessidade de adaptação aos novos tempos. Você pode embarcar neste mundo interconectado, incerto e complexo ou exercer a máxima de Shakespeare:
“Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito…”
Entendendo o Contexto…
O modelo de gestão preconizado nas últimas décadas foram baseados em uma estrutura organizacional bastante hierarquizada, onde chefes determinavam tarefas de maneira impositiva e controlavam a execução através de indicadores metas individualizados.
Essa metodologia comando-controle centraliza as informações e a tomada de decisão trazendo previsibilidade e redução do risco operacional quando o ambiente era relativamente estável.
Mas essa transformação que estamos vivendo está democratizando as informações que antes eram restritas aos maiores níveis hierárquicos. Além disso, as informações estão aumentando exponencialmente exigindo agilidade na tomada de decisão.
Organizações muito hierarquizadas possuem muita distância entre quem tem a informação e quem toma as decisão, isso é mais evidente em grandes fazendas, parece até aquela brincadeira de “telefone sem fio” onde a informação é gradualmente distorcida, e assim quem está na operação acaba fazendo muita coisa contra seu melhor julgamento.
… e atualizando seus sistemas
Na verdade a transformação digital faz parte de um contexto muito mais amplo e impulsionado pelas novas gerações que possuem um novo modelo mental. Dessa forma, os recursos financeiros e tecnológicos estão cada vez mais acessíveis a todos e a concorrência é mundial e aberta a novas fontes de proteínas e novos hábitos de consumo.
Mas calma aí, não fique angustiado. O mundo sempre esteve em transformação, e quem consegue percebê-las pode também tomar melhores decisões. As transformações que veremos nas próximas décadas da pecuária serão incríveis e fascinantes.
Por isso é importante você pesquisar e entender o papel do software de gestão pecuária na sua fazenda, afinal eles são os responsáveis por permitir que os pecuaristas gastem menos tempo lançando dados e tenham mais tempo para decisões importantes
Desapegue-se dos paradigmas e aproveite as oportunidades que esse novo ciclo irá oferecer, fomos abençoados por poder participar disso tudo!
Uma vez apresentado o cenário, gostaria de apresentar uma breve reflexão de como se preparar para essa nova realidade dentro da porteira.
Implementar modelos de gestão
As pessoas, especialmente as novas gerações, buscam cada vez mais trabalhar por algo que realmente lhe faça se sentir valiosas e assim poder contar aos seus milhares de amigos das redes sociais o quão importante e nobre é o seu trabalho.
Esse é um dos motivos que as corporações estão cada vez mais preocupadas em determinar e comunicar seu propósito, em uma fazenda de pecuária o propósito vai muito além do produzir muito e com qualidade.
E você sabe que a coleta e processamento de informações é a chave para aplicar conhecimentos que trarão resultados à pecuária, esse é um dos papeis de um software de gestão, por exemplo.
O conceito de metas também vem se transformando. No modelo de gestão clássico, as metas são desdobradas em cada nível hierárquico de forma que cada pessoa da empresa tenha uma meta de eficiência da sua tarefa.
Essa metodologia foi idealizada como a grande referência para os sistemas de meritocracia, ela é conhecida como KPI (sigla em inglês para: Indicador Chave de Desempenho).
O novo contexto exige mais trabalho em equipe, comunicação ampla e espírito de comunidade. Dessa forma, as metas são mais compartilhadas e focadas no fim, ou seja, na produtividade e nos custos da operação pecuária. Onde a valorização pelo bom trabalho é mais comunitária e menos individualizada.
Esse sistema de indicador é chamado OKR (sigla em inglês para: Objetivo e Resultados Chave) e busca uma forma de alinhar amplamente os objetivos da empresa. Aquelas pessoas que não conseguem agregar aos objetivos do grupo acabam saindo da fazenda por pressão natural dos pares.
Dessa forma, vai desaparecendo a figura do “puxa saco” que precisava enganar apenas o chefe.
Trabalhar a liderança servidora
Neste novo contexto que exige agilidade na tomada de decisões é necessário empoderar quem está na operação do dia-a-dia. Para isso o novo líder precisa atuar como um facilitador para que a equipe seja mais produtiva.
O líder deixa de distribuir tarefas para assumir sozinho a responsabilidade e os louros do resultado, ele passa a cobrar resultado, acabando com o discurso “fiz o que o chefe mandou, o resultado não é problema meu!”.
Assim, a equipe de campo deixa de ser “zeladores” do estoque de gado e assumem a responsabilidade por fazê-lo produzir, é isso que estimula o tão sonhado sentimento de dono!
A forma de atuação da liderança tem total influência no fortalecimento desse sentimento na equipe. O conceito de líder servidor se adere muito a essa nova realidade. Como a nova liderança não se limita a controlar tarefas pré-determinadas algumas ferramentas de comunicação já conhecidas a muito tempo passam a ser mais úteis, por exemplo:
– Feedback
O líder usa sua experiência e competências para ajudar individualmente cada membro da equipe perceber falhas e, melhor ainda encontrar caminhos, o chamado feedfoward;
– Parabéns
O líder reconhece a superação de expectativa que o liderado apresentou, e o faz de forma clara e ampla.
– Obrigado
Para os feitos que não estão nem acima nem abaixo do esperado, o líder não deixa de agradecer a dedicação das pessoas nas atividades rotineiras.
O que eu ganho com isso?
O protótipo de líder idealizado nesta nova conjuntura é aquela pessoa que sabe navegar em um mundo imperfeito, complexo, incerto e com dados e informações incompletas. Para isso ele sabe cultivar redes de relacionamento dentro e fora da organização.
Uma das grandes habilidades desse líder é a comunicação, ele tem habilidade de comunicar o propósito, os objetivos e gosta de gente. Ele se preocupa com a solução de conflitos e atua fortalecendo a comunidade e desafiando as pessoas a fazer melhor, mais barato e mais rápido.
Todos trabalham pelo objetivo e não para o chefe. Como disse o filósofo Mário Sergio Cortela:
“A função do gestor é ‘servir’ e não ‘se servir’, se for assim, não serve”
Investir no desenvolvimento da equipe
Em grande parte esse desenvolvimento é estimulado pelos desafios propostos e reforçado pela responsabilização sobre os resultados. O peão “bem mandado” vai perdendo espaço para aquele que pensa e questiona positivamente o “como fazemos por aqui”.
Não se trata de reclamações naquele estilo vítima, trata-se de foco em fazer da forma que mais contribui para o objetivo comum. A vitimização e infantilização das relações é mais comum nos ambientes de baixa autonomia, bastante hierarquizados, onde não há confiança na competência das pessoas.
Em ambientes pouco hierarquizados a pessoas conversam mais com seus pares, ajudam e buscam ajuda, tentam resolver suas divergências sem esperar que um chefe decida quem está certo ou errado.
A autonomia surge em ambientes onde as pessoas sentem-se psicologicamente seguras e onde errar faz parte do jogo. Não se trata de errar por errar, mas errar de maneira controlada e compartilhada, pois sempre há experimentações para fazer melhor, buscando voos mais altos.
Punir o erro causa medo e o medo destrói a melhoria contínua e o sentimento de dono!
Tudo o que acontece no mundo está sendo transformado em informação. A plataforma Prodap Views amplifica as informações operacionais da pecuária e insere as pessoas que estão na lida do dia-a-dia nesta nova conjuntura mundial, promovendo a auto-responsabilidade e sentimento de dono.
Para as lideranças, a plataforma traduz os dados da rotina em informações para decisões estratégicas e apoio a equipe no alcance dos resultados.
Estamos vivendo o início da transformação digital e podemos escolher participar disso tudo como autores ou atores! Conte com a Prodap nesta jornada!
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