A seca afeta diretamente a alimentação do gado. As plantas forrageiras precisam de umidade, luz e calor para crescer. Em épocas de chuvas, os dias são longos e quentes. Nessas condições, as plantas crescem rápido e produzem muitas folhas. Isso dá ao rebanho comida farta e de boa qualidade
Como a escassez de chuvas afeta a agricultura e a pecuária no Brasil
Com a chegada do outono, as chuvas diminuem, os dias se encurtam e a temperatura cai. Essas condições estimulam as plantas a entrarem no ciclo reprodutivo, ou seja, a formarem sementes. Nesse processo, elas reduzem a emissão de folhas e alongam os caules e colmos, além de emitirem os pendões de semente. Essa fase implica em menor produção e qualidade nutricional das forrageiras.
Por isso, o período da seca é um grande desafio para o pecuarista: a forragem se torna mais escassa e tem baixo valor nutritivo.
Estratégias para reduzir o impacto da seca nos cultivos e nos rebanhos
Para superar esses desafios, algumas medidas precisam ser tomadas. Com a redução das margens da produção pecuária temos que optar sempre por medidas simples que trazem alta viabilidade financeira para o negócio.
Algumas destas medidas precisam ser tomadas ainda no período de chuvas, outras medidas precisam ser tomadas ao longo da transição da época de águas para seca e também ao longo do período seco.
Planejamento da forragem
Este planejamento deve contemplar uma sobra de forragem para o uso na seca. Para isso é preciso programar um acúmulo de forragem ao longo da estação chuvosa. Uma ótima estratégia é o diferimento das pastagens.
Para o melhor resultado do diferimento é importante promover um rebaixamento da forragem no início do outono, para que ela chegue no início da seca com a maior proporção de folhas do que de talos (em áreas que apresentam baixo stand de plantas forrageiras, não se deve rebaixar para promover o sementeio).
A simples reserva da forragem, sem promover este rebaixamento, fará com que se tenha uma garantia para seca com menor qualidade, pois ela terá alta proporção de talos.
Foto 1: rebaixamento pastagem levando a boa proporção de folha para a seca
Foto 2: capim diferido sem rebaixamento, com alta relação de talo e colmo para seca.
Manejo das pastagens
Em relação ao manejo das pastagens, o manejador deverá tomar decisões para retardar a emissão dos pendões de semente que irão ocorrer a partir da transição da época de chuvas para época seca.
Logo, no manejo rotacionado, uma medida interessante é reduzir o período de pastejo de cada piquete. Isto fará com que a altura de entrada possa ficar um pouco abaixo da recomendada e também com que a altura de saída fique um pouco acima.
Como o crescimento forrageiro já está reduzido nesta época, não iremos propiciar um resíduo muito alto. O foco de atuação do manejador é não deixar com que ocorra o sementeio, prolongando assim a qualidade do capim oferecido aos animais.
Já no pastejo contínuo é importante ficar atento às lotações para que o capim retarde o seu sementeio. O uso do diferimento das pastagens vai fazer com que parte da área esteja reservada, aumentando assim a lotação no restante dos pastos.
Esta medida por si só aumentará a taxa de lotação média dos pastos, contribuindo para uma maior taxa de remoção das pastagens e consequentemente retardando o sementeio do capim.
Ajustes na suplementação animal
Outro ponto muito importante para melhorar o desempenho animal nesta época é o ajuste dos suplementos minerais. As forragens nesta época apresentam queda de proteína, o que irá contribuir com a queda de digestibilidade das mesmas. O monitoramento do escore de fezes é uma importante ferramenta para tomada de decisão de ajuste dos suplementos.
Indicam boa disponibilidade de pasto, e pasto de boa qualidade.
Indicam boa disponibilidade de pasto, mas queda da digestibilidade do pasto. Recomenda-se ajuste do suplemento.
Indicam baixa disponibilidade e qualidade de pasto. Recomenda-se troca de pasto e ajuste do suplemento.
Pode se balancear a qualidade da forragem no cocho, ajustando a proteína do suplemento. No outono, uma boa opção é o suplemento com ureia. À medida que avança o período de seca é recomendado migrar para os suplementos protéicos ou suplementos protéicos energéticos.
Durante a fase de transição de águas para seca até o segundo terço da época seca, os suplementos irão propiciar um bom padrão de fezes. Já no terço final do período seco geralmente terá uma queda do padrão de fezes, mesmo com suplementos protéicos. A estratégia nutricional e financeira da fazenda irá determinar a viabilidade de algum outro plano nutricional neste contexto final da seca.
Tecnologias e inovações para aumentar a eficiência na agropecuária
As medidas citadas anteriormente são relativamente simples de serem implementadas. Mas a assertividade depende da ação no momento correto! Logo, adotar sistemas de informação que monitoram o status da qualidade das pastagens, a disponibilidade das pastagens e o escore de fezes ajudará o gestor a definir o momento correto da tomada de decisão. Para isso a turma de vaqueiros deve diariamente avaliar as condições do campo para que estas informações cheguem aos gestores no tempo correto.
Foto: modelo acompanhamento de informações coletadas em app do vaqueiro
Foto: painel de gestão de disponibilidade e qualidade da forragem
Uma das formas de superar os desafios da seca é investir na pecuária de precisão, uma metodologia que utiliza tecnologia e dados para melhorar a gestão do rebanho e aumentar a produtividade.
Com a dsm-firmenich, você pode contar com um diagnóstico completo da sua fazenda, um plano de ação personalizado, um acompanhamento contínuo dos resultados e um suporte técnico especializado.
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Autor: Guilherme Reis
Sou apaixonado por transformar a pecuária em um negócio lucrativo, sustentável e prazeroso. Acredito que essa transformação começa pela evolução das pessoas! Por isso, compartilho conhecimento para que as pessoas adotem novos comportamentos e tomem melhores decisões.
Hoje sou diretor da área do Conhecimento na Prodap (empresa do grupo DSM-Firmenich).
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