Criada por volta de 1980 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o mestiço leiteiro brasileiro foi resultado do cruzamento entre as Raças Gir e Holandesa.
Essa combinação garantiu características fisiológicas e morfológicas a raça girolando que permitem uma boa produção de leite em qualquer região do território brasileiro.
Veja também: Conheça as raças de vacas leiteiras mais utilizadas no Brasil
São diversas as variações da raça, no entanto, para ser considerado Puro Sintético, o animal deverá ser bimestiço 5/8.
A composição genética pode variar desde o CCG 1/4 Holandês + 3/4 Gir até o CCG 7/8 Holandês + 1/8 Gir
A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, criou uma tabela onde consta a evolução dos índices zootécnicos do gado girolando entre os anos de 1989 a 2019.
Os dados demonstram que, com o passar dos anos, ocorreu um aumento praticamente constante da produção leiteira.
Fonte: Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
Esse material demonstra que esta raça, apesar de nova, já possui um grande potencial, o qual tende a aumentar cada vez mais, graças à melhorias significativas que estão sendo realizadas em termos de produtividade.
Então, o que você está esperando para investir nessa atividade? A seguir, temos algumas dicas para uma produção de sucesso com a raça Girolando.
Qual é o segredo para uma produção de sucesso?
Um bom planejamento e um apropriado controle de produção são os segredos para um bom desempenho da propriedade e retorno financeiro.
Para isso, alguns tópicos devem ser considerados:
Composição sanguínea
A escolha da composição sanguínea dos animais varia conforme o ambiente e o objetivo do produtor.
O padrão girolando é 5/8 de sangue holandês, porém, também é possível trabalhar com animais 3/4 (75% holandês) e meio-sangue (50% holandês e 50% gir).
Quanto menor a porcentagem de sangue holandês, maior a rusticidade do animal.
A vaca girolando meio sangue 154 FIV Sanchez é a atual recordista mundial, com um pico de produção diário de 120,3 quilos de leite em evento realizado no interior de São Paulo. Foto: Divulgação
Controle zootécnico
Trata-se de um método de gerenciamento utilizado em propriedades leiteiras.
Nele, o produtor deve realizar anotações sobre a vida produtiva e reprodutiva de cada um dos animais.
Dessa forma, obterá indicadores de desempenho de cada um, e assim, poderá tomar as melhores decisões visando à rentabilidade na atividade.
Ao realizar esse método, o produtor poderá, por exemplo:
- Conhecer a produtividade de cada animal
- Selecionar os animais que possuem longo período de lactação e elevada produção
- Descartar seguramente os animais de menor desempenho
- Promover o melhoramento genético dos animais
- Prever com exatidão o parto das fêmeas, para promover a secagem 60 dias antes
- Acompanhar a evolução da produtividade do rebanho
Enfim, são diversos os benefícios quando se realiza o controle zootécnico em sua propriedade.
E foi pensando na praticidade e conforto para o produtor, que nós desenvolvemos um software de gerenciamento das atividades de pecuária leiteira, que permite a gestão dos índices zootécnicos e financeiros de forma fácil e rápida, o Prodap Smartmilk.
Além de integrar os principais softwares de ordenha e sistemas de atividades do mercado de forma segura, possui um custo que cabe no seu bolso.
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Nutrição do rebanho
Um sistema de alimentação depende do ambiente e clima em que a propriedade está inserida.
É de suma importância que a dieta seja formulada e personalizada para atender as exigências nutricionais do seu rebanho e, consequentemente, otimizar a produtividade.
Uma boa dieta é especializada para cada fase de desenvolvimento dos animais: Bezerros, Novilhas, Vacas em Lactação, Vacas Secas e Touros.
Considera-se uma alimentação eficaz aquela que contém proteína, carboidratos, fibra e minerais.
Os carboidratos são a principal fonte de energia e a fibra é o principal fator que afeta a digestibilidade dos alimentos. A exigência de fibra e minerais varia conforme o ambiente e, quanto mais o carboidrato for degradado no rúmen, melhor será sua absorção.
Para um rebanho formado por vacas girolando em lactação, é necessário que se avalie a idade, o nível de produção, a fase de lactação, a condição corporal e os tipos de alimentos que serão ofertados antes de se formular uma dieta.
É de se ressaltar que os três estádios da curva de lactação devam ser considerados, pois, além de as exigências nutricionais dos animais serem distintas em cada um deles, também podem ocorrer mudanças na produção e composição do leite.
Fonte: Educapoint
As vacas não devem estar muito magras nem muito gordas no momento do parto.
As que ganham muito peso antes de parir podem apresentar menor apetite, menor produção de leite, distúrbios metabólicos, fígado gorduroso, deslocamento do abomaso, além de outras doenças devido à baixa imunidade.
As que perdem muito peso podem não fornecer os nutrientes necessários para a formação adequada do feto, além de reduzirem sua produção e imunidade.
Higiene e sanidade animal
Trabalhando-se com animais resistentes, como os da raça girolando, bem alimentados e manejados com boas práticas de higiene, os problemas relacionados com as principais doenças em gado leiteiro diminuem drasticamente, e os que ocorrem, podem ser resolvidos através de medidas preventivas.
Sabendo da importância desse tópico, o Prodap Smartmilk possui a funcionalidade de Saúde e Tratamento, onde você poderá ter um controle analítico, com tabelas e gráficos das principais doenças e problemas que acometem os rebanhos leiteiros, que auxiliarão em suas decisões.
São inúmeras as práticas voltadas para manter a sanidade do rebanho, porém, abordaremos basicamente os principais cuidados destinados às vacas gestantes, parto, recém nascidos e prevenção contra as principais doenças infecto-contagiosas e controle de endoparasitas e ectoparasitas.
Vacas gestantes/parto
É de extrema importância que se respeite o período de seca durante 60 dias antes do parto, para que o animal possa se preparar adequadamente para receber o filhote.
Além disso, as fêmeas gestantes devem ser levadas para um pasto-maternidade três semanas antes de darem a luz, de modo a facilitar o monitoramento e intervenção, e devem receber uma alimentação especial (a mesma que lhe será fornecida pós-parto).
Veja também: Como fazer um bom manejo Pré Parto?
Recém nascidos
Após o nascimento, a cria deve mamar o colostro o quanto antes, já que a absorção máxima se dá entre as 6 e 10 primeiras horas, declinando gradualmente até 36 horas.
A imunidade do filhote está fortemente atrelada a esse período, já que é pela ingestão e absorção do colostro que ele adquire anticorpos, que são as defesas contra os agentes causadores das doenças.
Depois desses primeiros momentos, induzir que o filhote continue ingerindo leite através de movimentos de sucção, também é considerada uma boa prática de manejo, já que essa está diretamente relacionada à um eficiente desenvolvimento do rúmen.
O corte e desinfecção do umbigo com uma solução desinfetante constituída de álcool iodado a 10%, também é uma prática necessária, pois evita a contaminação e doenças.
Saiba mais: Boas práticas de manejo, cuidados, aleitamento e desmame de bezerras leiteiras
Doenças infecto-contagiosas
Quando o assunto é prevenção, logo pensamos em vacinas!
Essa medida preventiva é uma ótima alternativa para poupar dinheiro, evitando prejuízos com tratamentos ou até mesmo com a perda de animais que poderiam estar saudáveis.
Atualmente, algumas se tornaram obrigatórias, dentre elas estão: vacina contra febre aftosa, vacina contra a raiva, e vacina contra brucelose.
Vacinações contra o carbúnculo sintomático devem ser realizadas em todos os animais acima de três meses de idade, sendo repetida de seis em seis meses, até os dois anos de idade.
Outras vacinas podem ser utilizadas de acordo com a indicação de um veterinário.
A mastite é um dos principais desafios no ramo da pecuária leiteira. Trata-se de uma inflamação na glândula mamária, geralmente ocasionada por bactérias do gênero estreptococos e estafilococos ou por coliformes fecais, que pode comprometer a qualidade e quantidade da produção leiteira.
Práticas executadas de forma inadequada, sejam a pasto ou no momento da ordenha, podem gerar uma persistência da inflamação.
É principalmente na ordenha, que se deve observar a condução do processo preventivo. Assim alguns cuidados são recomendados, como:
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Adotar o teste da caneca telada ou de fundo escuro, para a detecção da mastite clínica (pode ser vista a olho nú)
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Ordenhar primeiro as vacas sadias, depois as que já tiveram mastite e foram curadas. Os animais com mastite clínica, devem ser ordenhados separadamente, após os sadios, para não contaminar o ambiente.
O tratamento das vacas varia a cada caso, devendo ser precedidos de ordenhas sucessivas. Em caso de necessidade de medicamento, tratar após a última ordenha do dia.
Endoparasitos e ectoparasitos
- Carrapatos: Os carrapatos, geram algumas das principais doenças nos rebanhos leiteiros. Seu controle deve ser feito quando a umidade e a temperatura estiverem elevadas, visando a eliminação das fêmeas ingurgitadas no ambiente, que ao caírem no pasto podem liberar milhares de larvas que irão iniciar novo ciclo de infestação.
- Moscas: A mosca-dos-chifres afetam o desempenho produtivo, uma vez que causam danos expressivos devido ao sangue que sugam dos animais e pelo estresse que acarretam. Assim como os carrapatos, as aplicações dos mosquicidas devem ser realizadas durante o pico, que ocorre com a conjunção de umidade e temperaturas elevadas.
- Verminoses: As verminoses afetam principalmente os animais mais jovens. As larvas dos vermes encontram-se nas pastagens e os animais estão continuamente se reinfestando.
A ingestão contínua do pó-de-alho (2,5 %) na mistura mineral atrelada a um vazio sanitário de aproximadamente 40 dias, pode promover uma significativa redução da carga parasitária, principalmente em relação à eimeriose. Dessa maneira, o pó-de-alho pode se tornar uma prática sanitária coadjuvante no controle das verminoses, reduzindo, mas não extinguindo, a necessidade da administração dos vermífugos.
Quando trabalha-se com produção leiteira é de extrema importância a adoção de uma visão abrangente de sua produção, ou seja, não adianta apenas ter a raça que mais produz ou fornecer a melhor dieta, se, por exemplo, adoecimentos forem recorrentes ou se os níveis de desperdícios de alimentos forem altos.
É necessário que haja todo um controle zootécnico e financeiro, para que a atividade em sua propriedade tenha um bom desempenho e lhe traga lucros significativos.
Em função disso, o principal objetivo desse texto, foi inteirar aqueles que possuem interesse sobre as principais práticas que direcionam a sua produção para o sucesso, utilizando a raça de gado mais adaptável em território brasilero.
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